quinta-feira, abril 16, 2009

Proposta para melhorar a compreensão política dos jovens

quinta-feira, abril 16, 2009 · Por Rodrigo Alves de Carvalho ·
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"O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio depende das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista, pilantra, o corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais."

Bertold Brecht

O texto acima expressa uma realidade atual, apesar de escrito há mais de quarenta anos. Uma infeliz e decisiva realidade, que gera uma estrutura de mentalidade sustentáculo das mazelas políticas não só do nosso país, mas de inúmeros outros. Prova desta afirmação é o desprezo e despreparo dos jovens de nossa nação no que se refere a assuntos político-governamentais. Tal ignorância não seria tão trágica se vivêssemos numa realidade sem a urgência da mudança. Mas esse fato não procede. Não é novidade que nossa estrutura política-administrativa é falha e apenas com a força das gerações emergentes, os jovens, se torna possível alterá-la de forma profunda e radical. Mas como fazê-lo se os responsáveis pelas mudanças não assumem seu lugar?

Para respondermos tal questão é preciso entender o que gera o conformismo da juventude. Como esse conformismo é inerente à mentalidade, buscamos nas maiores influências sobre os jovens as causas citadas. Encontramos dois pontos fundamentais na criação de uma pessoa em nossa sociedade: a tradição, que se reveste nos valores dos pais, avós ou o responsável mais direto pelo jovem, e o estilo de ensino dos colégios em que estuda durante a maior parte da vida acadêmica. O primeiro é determinado principalmente pelo passado e, por isso, em grande parte imutável, logo não nos prenderemos a ele. O segundo ponto é o que reflete os objetivos buscados e as habilidades fornecidas para essa busca.O ambiente colegial é onde ocorre a principal interação social dos jovens. É o lugar propício para o confronto de idéias e a conciliação de conflitos. É nesta instituição que crianças aprendem o que a sociedade espera delas. É o lugar ideal para o questionamento, pois ainda há tempo para se moldar novas concepções e valores já que, teoricamente, não há espaço para autoridades subjetivas com valores individuais. A escola é, ou deveria ser, imparcial. É por isso que vamos nos prender ao ensino colegial como instrumento que possibilite, que torne viável, uma mudança estrutural.

Se analisarmos as diretrizes escolares brasileiras encontraremos como principal objetivo a formação de cidadãos conscientes de seus direitos e deveres e com profunda responsabilidade para com seus pares. Mas é evidente que crianças aprendem mais com o que vêem do que com o que ouvem, e os exemplos mostrados a elas, aos quais elas também são forçadas a seguir, não é o citado no início do parágrafo. Nossos jovens são, hipocritamente, desmotivados a conhecer a fundo os assuntos que realmente permitiriam uma real cidadania. A grade curricular engloba assuntos não sem importância, mas, com certeza, fora de contexto. É muito mais razoável ensinar como o país funciona para depois permitir uma escolha sobre objetivos de vida do que fazer o contrário. Apesar disso, a maioria dos jovens termina o ensino médio com a única preocupação de entrar numa universidade ou arrumar um emprego, mas sem conhecer como funcionam as casas legislativas, o sistema previdenciário, tributário, as leis partidárias, a influência do executivo sobre o judiciário e legislativo, as regras eleitorais, os diversos sistemas políticos existentes, os meios de controle, cobrança e ingresso nas atividades governamentais, toda a estrutura político-administrativa brasileira com a profundidade correspondente à sua importância em nossas vidas. Não podemos esperar que pessoas que não sabem como exercer sua cidadania hajam como cidadãos.

PROPOSTA:

Essa era a resposta que procurávamos. O caminho para viabilizar mudanças passa pela qualificação de pessoas para realizar essas mudanças. O que propomos com esse texto é a inclusão, como disciplina colegial contínua, do ensino da estrutura político-administrativa do Brasil. O grau de profundidade do ensino e a idade ideal para iniciá-lo deixamos a cargo dos pedagogos, sociólogos, historiadores e outros profissionais mais capacitados a fazê-lo. Estes hão de concordar que essa iniciativa permitirá a diminuição do analfabetismo político tão criticado por Bertold Brecht, e incitará maior participação e, principalmente, questionamento por parte dos nossos jovens, nosso caminho para uma real mudança.

3 comentários:

Jey disse...
16 de abril de 2009 às 11:45

Eu gostei do blog e do texto.
Cada vez mais estamos com 'mente fechada' para a política. Talvez isso seja culpa dos próprios políticos.
Adorei!

Marina Melow disse...
16 de abril de 2009 às 12:25

Melhor eu começar a rever meus conceitos. Sou "apolítica". Mas é impossível viver sem a política.

Daniel Savio disse...
20 de abril de 2009 às 14:20

Mas como aplicar isso se a maioria tem falta de tudo: material adequado, professores qualificados (ou com atualizações no curriculo com cursos - era outro jeito de "falar" isto, mas agora fugiu isto) e até mesmo sabedoria dos jovens para entender a importância da matérias?

Fiquem com Deus, menino Rodrigo e galera.
Um abraço.

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